A economia brasileira deu uma freada em outubro, com queda de 0,3% em comparação a setembro, marcando o segundo mês seguido de retração. Esse comportamento está ligado principalmente à taxa de juros alta, que está em 15% ao ano, o maior nível desde 2006. A Selic, definida pelo Banco Central, segue nessa faixa para segurar a inflação, que só voltou a ficar no alvo do governo em novembro depois de mais de um ano fora da meta.
Por que a economia viu esse recuo, afinal?
O juro alto pesa porque encarece o crédito e desestimula investimentos, o que faz cair a demanda por bens e serviços. Isso, por sua vez, impede que os preços subam demais, mas também trava a geração de empregos e renda. Resumindo, o freio no crédito equilibra a inflação, mas esfria o crescimento econômico.
Dados importantes para empreendedores e investidores
- Apesar do recuo mensal, o PIB do Brasil subiu 1% em outubro na comparação anual, mostrando que a economia ainda cresce devagar.
- No trimestre móvel encerrado em outubro, o crescimento foi de 1,5% comparado ao mesmo período de 2024.
- No acumulado dos últimos 12 meses, o PIB avançou 2,3%.
O consumo das famílias cresceu só 0,5%, um crescimento tímido, com setores como bens duráveis e não duráveis caindo, enquanto serviços e bens semiduráveis seguraram a onda. Já as exportações de produtos agrícolas e minerais deram um gás, subindo quase 9% no trimestre.
Impacto para o dia a dia e desafios
Se você é um pequeno empresário ou está pensando em abrir um negócio, esses números têm influência direta. A alta dos juros pode significar mais custo para financiar um empreendimento ou até para capital de giro. Por outro lado, a retomada do consumo em alguns serviços e o crescimento das exportações mostram setores que podem ser oportunidades, especialmente para negócios que conseguem vender para fora ou oferecer serviços.
Fique de olho nas próximas decisões do Copom: se o BC começar a cortar a Selic, pode ser um bom sinal para que o crédito volte a ficar mais acessível e o mercado aqueça novamente.
Dicas para aproveitar o momento
- Reavalie seus custos financeiros e veja se há como reduzir dívidas caras.
- Considere focar em serviços e produtos que continuam com boa demanda, como o setor de serviços e bens semiduráveis.
- Se possível, explore mercados externos ou produtos ligados à agricultura, que estão com boa saída.
- Mantenha-se informado sobre a política econômica, especialmente as decisões do Banco Central, que impactam diretamente seu negócio.
Em resumo, apesar do alto juro e da desaceleração mensal, a economia brasileira ainda mostra sinais de crescimento, mas com desafios claros, principalmente para quem depende de crédito barato. A cautela é boa, mas saber onde estão as oportunidades pode fazer a diferença para crescer mesmo num cenário mais difícil.
Para acompanhar mais dados e análises, você pode consultar o Monitor do PIB da FGV e o Banco Central do Brasil.
Fonte: Agência Brasil








