Mais do que isso, em função da necessidade de apresentarem altíssima disponibilidade, fontes de energia renováveis mas intermitentes — como eólica ou solar — não constituem, isoladamente, soluções para data centers. Isso deve levar a um aumento nas suas emissões, com a utilização de fontes não-renováveis pelo menos em um primeiro momento, enquanto novas soluções são exploradas para evitar que a tecnologia contribua para piorar um dos maiores problemas do nosso tempo: a grave crise climática que atinge o planeta.
Uma das alternativas que está ganhando tração entre as Big Techs é a energia nuclear, que possui elevada disponibilidade sem criar emissões prejudiciais ao meio ambiente. Em março de 2024, a Amazon comprou um data center na Pensilvânia movido à energia nuclear da Talen Energy (uma geradora independente baseada em Houston, no Texas) por US$650 milhões. Seis meses depois, a Microsoft assinou um acordo com a Constellation Energy Corporation (uma geradora de energia baseada em Baltimore, Maryland) para religar a unidade 1 da usina nuclear de Three Mile Island (também na Pensilvânia), desligada em 2019. No mês seguinte, em outubro de 2024, foi a vez da Google assinar um acordo com a Kairos Power (uma startup fundada em 2016) para comprar energia gerada por diversos reatores nucleares modulares (SMRs – small modular reactors). E para encerrar o ano, no início de dezembro a Meta anunciou que está buscando parceiros para gerar entre um e quatro gigawatts de energia nuclear.
Dentre as diversas fontes de geração de energia — como hidrelétrica, solar, eólica, geotérmica ou biomassa — a energia nuclear é certamente a mais polêmica, por estar associada ao uso de armas, pelo receio das consequências causadas por eventuais acidentes e pelo seu alto custo. Mas isso parece estar sendo contrabalançado por um expressivo aumento da demanda global por energia, um histórico de segurança robusto por parte das usinas em operação e a disposição das Big Techs em financiar a expansão de uma tecnologia energética limpa e eficiente. A expectativa é que a parcela de geração de eletricidade via energia nuclear, atualmente em 20% em países desenvolvidos (ou cerca de 10% globalmente), cresça ao longo dos próximos anos.
Fonte: Estadão | As Últimas Notícias do Brasil e do Mundo
